sábado, 13 de novembro de 2010

Algumas coisas não se explicam



Não se isso acontece com todo mundo, ou se é só comigo...

Mas enfim...isso não daria um bom texto!

Mesmo que não saibam qual o motivo, garanto que não há motivo para curiosidade...

Algumas coisas realmente não se explicam.

Como explicar o fascínio que muitos tem pelo futebol?

ou achar palavras que façam real sentido quando tentamos entender o que é sentir amor!

A medicina talvez explique algumas "esquisitices" genéticas, mas tenho certeza que muita coisa é pura balela...

Mas o poder está nas mãos de quem sabe mais... e é por isso que os "Doutores" são tidos como semi-deuses. Porque referente a saúde somos ignorantes!

A maioria não tem doutorado, então porque os chamamos de doutores?

Eu amooooooooooo chamar o médico pelo nome e ver a ruguinha de desprezo surgindo no meio da testa...

Aliás, o mundo está cheio de semi-deuses que se auto-titulam doutores...

Lembro que no primeiro dia de aula o diretor geral pediu que todos os alunos presentes corrigisse na primeira página o "nome" de um dos professores... Faltava o título Doutor...

Sim... ele tinha doutorado e fez questão de que soubessemos...

Fez tanta diferença que hoje sequer me lembro do tal professor!

Cá estou eu... formada em engenharia industrial mecânica...

e ... sinceramente...

Dá nos nervos quando algumas pessoas distintas passam a tratar diferente quando sabem "o que eu sou"...

Vou dizer uma coisa...

Eu não sou nada...

Ser engenheira não faz de mim alguém melhor ou pior.. faz?!

Espero que não...

Talvez faça de mim alguém com crises de surtos... com manias incuráveis e com um olho na testa!

Simmmmm.. porque qual não é o espanto de muitos quando digo em que curso me formei!

O olho na testa eu sinceramente ainda não consegui enxergar, mas os surtos e as manias....

Isso se explica???

Não há integral tripla ou Teorema de Castigliano que consiga reduzir isso a uma equação de simples solução.

Algumas coisas não se explicam...

Ainda bem...

Tenho verdadeira preguiça de quem quer achar resposta pra tudo...

Até porque é uma das minhas manias incuráveis que resultam em surtos ocasionais...

Alguém se habilita?

Simples



Já sabia que muitas coisas simples, feitas sem ao menos percebermos, durante o dia passam desapercebidadas!
Mastigar, abrir bem a boca ao bocejar (hummmm), dar aquela mordida no seu doce predileto, falar ao telefone, dar boas risadas, beijar!!!
Ninguém pensa pra fazer isso, simplesmente faz… Quase ninguém dá valor a isso… Exceto quando não se pode mais fazer tais coisas com tanta facilidade. Essa semana experimentei essa terrível sensação…
Arranquei 2 sisos, que aliás estavam inclusos e deitados! Já não era suficientemente ruim fui inventar de fazer a cirurgia com uma dentista que nunca tinha feito nem limpeza nos meus dentes…
O resultado não poderia ter sido pior! Mas essa é uma fase que eu pretendo, literalmente, esquecer!
O motivo do post não é reclamar da brutalidade da dentista e sim dizer o quanto não somos gratos pelas coisas simples da vida… Da próxima vez que comer meu doce favorito vou saborea-lo como nunca…
Quando bocejar vou abrir minha boca o tanto quanto puder…
Assim que o inchaço passar e a dor diminuir vou assistir filmes de comédia e gargalhar até perder as forças…
Vou beijar meu sobrinho, meu irmão, meus pais… que falta faz esse simples gesto!
A simplicidade desses gestos não poderiam ter significados mais complexos…

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Em busca de um chapéu




Era domingo de manhã... todos no carro...
paramos para abastecer.
Meu pai pega R$ 10,00 e mostra para o frentista...
-Por que você não completa de uma vez? pergunta minha mãe
-Porque aqui o gás é mais caro do que onde tenho costume...
-Mas você já tá aqui!
-Na volta eu completo...
De repente...
-IIIIIIIIIIIIII...esqueci meu chapéu! Tsc...droga....

Meu pai é completamente careca... tem muita sensibilidade ao sol... Por isso o desespero ao perceber que tinha esquecido o chapéu!
-Vai voltar pra pegar?!
-Não...no caminho eu compro um de palha...
-Tãozinho, (apelidinho do meu pai..hahahaha) lá não tem nem buteco, quanto mais chapéu de palha!!!
-Quê isso Beth...lá é roça...tem sim...
Continuando o percurso minha mãe vê uma banca de bonés...
-Olha...ali tem boné...para e pergunta quanto é!
-Não... quero chapéu...
-Então tá...
Estacionou o carro de repente...
-Você não pode parar aqui...
-Não tem placa...
-Onde você vai?
-Tem um depósito de material de construção bem ali... vou ver se tem chapéu!
-Claro que não tem!!!
-Deve ter sim..você vai ver...
-Hahahaha (eu, minha mãe e meu irmão disparamos na risada)
Ele volta, obviamente, de mãos abanando...
-Aqui não tem..mas mais pra frente vou achar...
-Ahan...
Outra parada... dessa vez a "vítima" foi uma casa de ração... não...não era uma casa com produtos agropecuários..era uma simples casa de ração...
-Mas pai... não vai ter chapéu aí...
-Vai sim... vocês vão ver...
Mais uma tentativa frustada...mas dessa vez não nos contivemos...
-Pai!!? o moço não perguntou se era pra um poddle não?!
hahahahaha
-Ou pra elefante... minha mãe completou
hahahahaha
Meu pai deu um risinho de "Vou conseguir esse chapéu e esfregar na cara de vocês"!
Quase chegando ao destino tinha uma lojinha...mas eis a surpresa...o nome da loja era "A casa do fazendeiro".
Meu pai pisou no freio com vontade e falou:
-Se aqui não tiver eu vou "torrar" o dono... que fazendeiro não usa chapéu!?
-Mãe...se ele conseguir estamos perdidas...ele vai "torrar" a paciência...
-É mesmo..mas não tem não Jôsy...olha o tamanho da lojinha!! Tem xaxim... Bruno..vai lá perguntar quanto é o xaxim...
Volta meu pai rindo pra caramba...
-Não tinha...eu "torrei".. e o dono falou: Ah rapaz...é que o fazendeiro daqui é um safado!
rs*

domingo, 18 de outubro de 2009

Papo de elevador


Já faz tempo que venho tentando escrever sobre a quantidade de estranhos que conversam comigo sem o menor embaraço... Devo ter um rostinho de pessoa carente e sem amigos!

Um dia desses, saindo do estágio, estava eu atravessando a rua e de repente ouço uma voz... não olhei...mas a voz insistia...


Diminui o passo e ao olhar para trás percebi uma senhora....

-Que tempo hein?! Você acha que vai chover...?
-É...pode ser!
-Maluquice né?
-É...
-Veja bem... isso não é normal, é?! Um calor... depois essa chuva...esse vento...
-É...

a mulher me seguia... fiquei irritada...

Parei no ponto de ônibus e a senhora foi pra outro canto.... Não era um bom dia pra falar sobre o tempo... não comigo! Papinho de elevador...


Falando em elevador...
Elevador do estágio...
-Boa tarde!
-Boa tarde...
-Você é a Jôsy, né?!
-Sim (como assim?!)
-Eu vi sua foto na intranet...
-Ah! Legal...
(2°andar...meu Deus...o 5° demora tanto de vez em quando)
-Mas você é bem mais bonita pessoalmente...
-Ah, nada... mas, obrigada...
(5° andar cadê vc?!)
Eis que nesse dia o elevador decide passar direto pelo 5° andar...
-Meu Deus... por que esse elevador não parou?!
-Você esqueceu de apertar o botão!
-Ah! Que lerda eu! (inacreditável)
-Mas a verdade é que eu acho que você queria ir até o 10° comigo...

------------------------------->No coments<---------------------------

Elevador...um outro dia...
-Olá...Você é a Jôsy?!
-Sim (Preciso tirar a foto da intranet)
-Eu vi sua foto... pensei: impossível ter uma colega de trabalho tão bonita!
-Imagina...
-E com um olhar tão sexy... aquela foto...
a voz do elevador me regatou: -Portaria...
-Você quer carona?!
-Han?! Quer dizer..não...obrigada...
-Aliás, pra onde você vai?! Te dou uma carona!!
(Eu to indo pra casa, você vai pro inferno... vontade não me faltou, masssssssssssssss...)
-Não precisa...estou bem...obrigada...
-Mas eu faço questão...
Rodei a roleta da recepção e nem olhei para trás...


No outro dia substituí a minha foto com olhar sexy (que aliás estava coberto pela franja) por uma borboleta...
Duvido que eu seja reconhecida no elevador... rs






terça-feira, 15 de setembro de 2009

Clarice Lispector


"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num
anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Capitu



Nos auges dos meus 15 anos, lia pela primeira vez: Dom Casmurro - Machado de Assis...
Fiquei fascinada com a história de Capitu e Bentinho... Devorava cada página do livro com tamanha avidez que a noite toda minha cabeça doía.

Minha mãe dizia:
-Larga esse livro menina, parece até que o livro vai fugir!
Mas eu não queria... torcia tanto pelo amor puro e singelo das personagens. Até que...
Até que Bentinho finalmente se revela um ciumento sem remédio.
Fiquei furiosa com tamanha desconfiança porque me via na situação de Capitu que tudo fazia para ficar com seu amado, enquanto ele lhe dedicava a cada dia mais amargura e desconfiança.

Não bastasse aquele ciúme infantil, tudo piora com a morte de Escobar...
Uma lágrima...uma lágrima desencadeia tudo aquilo...
Pensava: Como pode ser??? Burro..ela ama você... aiiii..que ridículo...
Eu tinha apenas 15 anos e já defendia fielmente Capitu. O porquê? Talvez porque sempre abominei o ciúme doentio que enxerga além do que o seu coração sequer sonhou...

Reli a obra Machadiana outras vezes... e um dia, caminhando pela Bienal do livro, em BH, descobri um livro: Capitu, memórias póstumas. Não pensei 2 vezes...comprei o livro!
Encantei-me ainda mais por Capitu!
Qual não foi minha alegria ao ver a rede globo (tá, não sou lá muito fã da emissora que manipula em massa) anunciar a minissérie: Capitu.
Não perdi nenhum capítulo (hoje é o último capítulo) e fiquei impressionada com a fidelidade do diretor... se fechar os olhos é como se estivesse realmente lendo Machado de Assis...

A cena que eu mais esperei foi a do primeiro beijo das personagens... não somente pela inocência do beijo, mas também pela forma como aconteceu... Mágico..ainda mais quando se tem 15 anos!

Hoje, 10 anos depois da primeira leitura que fiz da obra me vejo menina novamente.
A trilha sonora deixa tudo ainda mais perfeito e o cenário rico em detalhes não deixa absolutamente nada a desejar, pelo contrário, enriquece a história... dá corpo a minha fértil imaginação!

Capitu:

"Seus olhos foram definidos por José Dias, “Olhos que o diabo lhe deu... olhos de cigana
oblíqua e dissimulada.”
Bentinho, por sua vez, diria “olhos longos e fixos, sombrios.. Olhos de ressaca...com uma força que arrastava para dentro.”
Capitolina, quando ela se apaixona por ela, é uma morena de 14 anos, cabelos grossos amarrados em tranças, mais mulher do que Bentinho é homem. O desejo que desperta é um mistério, um mar de emoções em que o adolescente sonha mergulhar sem sofrer."




Trecho e fotos retirados do site globo.com/capitu

Enfim, não troco livro algum por minisséries ou filmes, mas não resisti a essa em questão. Não me arrependo...
Como diria José Dias, personagem da obra, é uma obra Belíssima e "deliciosíssima" de se ver!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Saudade



Sinto saudade dos seus olhos que me diziam que era de verdade...
Sinto falta da sua mão na minha enquanto caminhávamos
Sinto saudade da sua cara de bravo quando eu te provocava
Sinto saudade das ligações intermináveis e da voz que ficava cada vez mais baixa
Sinto saudade do que não disse quando estava com vontade de chorar
Sinto falta da sua voz me dizendo: ta muito manhosinha hoje...
Sinto saudade até das broncas fora de hora e do momento em que fazíamos as pazes...
Sinto saudade do seu perfume
Sinto falta de ver filminho bobo e fingir estar com sono só pra que você me abrigasse num abraço...
Sinto saudade de ligar bem cedinho pra você só pra ser a primeira a te dar bom dia!
Sinto saudade das coisas que não dizíamos mas que entendíamos no momento em que nossos olhos se cruzavam...
Sinto falta dos mimos que insistia em me oferecer...
Sinto saudade das palavras sussurradas ao pé do ouvido que me faziam tremer...
Sinto saudade de dar risinhos bobos quando a "nossa" música tocava no rádio
Sinto falta das mensagens no celular que chegavam nos momentos mais inapropriados...
Sinto saudade do seu abraço que parecia curar qualquer mal
Sinto saudade de contar nos dedos os dias pra te rever
Sinto saudade de quando passava horas escolhendo o cartão ideal pro presente ideal
Sinto falta de tudo isso que só aconteceu no mundo das minhas idéias...
Momentos que vivi sozinha no meu quarto enquanto sonhava com a possibilidade do “nós” que jamais se concretizou...